São palavras que escrevo, e nunca sentimentos.
São pensamentos que flutuam em minha mente, são sensações que evadem meu peito, que afogam minhas lágrimas, para mais tarde as poder largar.
Sou eu e tu, crucificados em folhas de papel, coloridos apenas com tinta preta, e desenhados nus e secos, como na realidade, sempre o fomos.
São palavras escritas na tentativa de desabafos.
E que pena tenho, de minha escrita ser tão reles como eu.
Fria e crua, passo a caneca não numa folha de papel, mas sim, em um coração, que um dia sangrou de tanto querer escrever.
Se escrever é o meu dom, sou tão fraca quanto aqueles que caiem, e nunca mais se levantam.
Se palavras são apenas palavras, elas que sejam, inteiramente minhas.
Para sorrir, chorar, preciso apenas de uma folha de papel, e uma caneta, o resto, as lágrimas o farão, porque escrever velhas memorias, viver do passado, agora de ocupação, passou a ser vicio, porque meu presente, é escrever, e escrever é aquilo que faço, futuramente será o que farei, porque daqui a cinco minutos continuarei, perante esta folha de papel, já ensopada de sal e água, desespero e agonia.
Desenho nossos corpos embalsamados e gélidos, dentro de um velho caixão, e meus sentimentos morreram, a culpa não foi só tua, a culpa foi nossa.
E assim, te enterrarei comigo, e sufocado ficarás na minha dor, e enforcar-te-ei com minhas palavras. Se na realidade não te poderei fazer nada, que seja ao menos numa folha de papel, que farei de ti, tudo aquilo que tu mereces.